Para todos os camaradas que não bebem café, mas que gostavam de beber se a cafeina não fosse tão agreste

Eu não bebo café, ou por outra, é muito raro beber café, mas adoro o sabor do café.

Problema: À hora de almoço o que é que se há-de pedir para justificar uma ocupação de uma mesa para esfumaçar um cigarro, ou ler o jornal?

Uma mistela chamada descafeinado?
Um Chá de tília?
Um carioca de limão?
Uma Cerveja?
Uma garrafa de água?

É realmente um problema!

Abordando caso a caso (baseado em factos quase reais):

1) Descafeinado – Só me ocorre a palavra mistela para qualificar tão amarga bebida. Tenho sempre a sensação que o rapaz do café guarda diariamente as borras de café do dia anterior para no outro dia as misturar com serradura e fazer descafeinados e assim rentabilizar a coisa. É sem dúvida uma mistela.

2) Chá de Tília – Pedir um chá de tília, não tendo mais de 50 anos, implica essencialmente duas ou três coisas, ou se sofre de perturbações mentais, ou de problemas intestinais, ou de afrontamentos causados pela menopausa jovem. Importante: há que ter em conta, que para ser servido em saquetas e em bule de porcelana temos de levar um xaile de renda em ponto cruz, de cor roxa ou cinzenta (eu ando com um no carro pelo sim pelo não).

3) Carioca de Limão - Um dia destes pedi um carioca de limão e o dono do café era brasileiro. O cara, roçou os dedos nos lábios, piscou-me o olho, e disse: “eu estou aqui, vou só buscar o limão”. É, portanto, perigoso! E abichanado, convinhamos.

4) Uma cerveja – bebi no utro dia uma cerveja à hora de almoço e senti-me um homem. O problema foi quando cheguei ao trabalho. Fui convocado para uma reunião com a administração, e o meu bafo de cerveja era notório, de tal forma, que me saiu um arrote inusitado e abrupto. O meu patrão virou-se para mim e disse: "não quer um pires de tremoços e uns amendoins?". Calei-me e é claro, e não voltei a repetir a façanha.

5) Água – Meus amigos, água é para os peixes! Ainda no outro dia bebi uma garrafada de água, que até fiquei zonzo. Meteu-me a dobrada do almoço numa regata de traineiras em plena época de marés vivas. Virou-se—me a tripa e regurgitei dois sapos. Foi desagradável, mas ainda pensei em tirar proveito da coisa, ou seja, vender os sapos aos snack-bares, para serem servidos fritos, como petisco. Inclusive o dono do café, tentou fazer um acordo mas declinei (vá-se lá saber porquê).

6) Sumos e sumóis– Não caem bem! Primeiro é um problema para escolher um sumo, existem, calculo mais de 500, segundo é mais uma quantidade de E3333,E3344, E…, terceiro é mais açúcar a entrar diariamente (tendo em conta que nas outras bebidas podemos controlar o açúcar), e como tal também não é grande escolha.


SOLUÇÃO: fazer um acordo com o dono do café, e reservar frascos de MOKAMBO. Um mokambo sabe pela vida e não tem cafeína. E porque não, se há quem reserve garrafas de whisky. Se a moda pega, é ver por esse mundo fora, frascos de Mokambo e de Tofina, nas prateleiras de cafés, bares e discotecas, com as etiquetas com os nomes.

Isso é que era!